Preços dos combustíveis são reajustados pela quarta vez em maio pela Petrobras, no caso da gasolina
Em função do petróleo com um mercado internacional de altos e baixos em meio à pandemia de Covid-19 reflete nos preços dos combustíveis e isso tudo pode afetar a retomada do setor após o fim do período de isolamento social.
No mês passado, o contrato futuro de maio da commodity do tipo West Texas Intermediate (WTI) chegou a ser negociado a US$ -37,63 o barril – fato que ocorreu pela primeira vez na história.
Preços dos combustíveis
No caso dos preços dos combustíveis no Brasil, os valores caíram, já que a Petrobras diminuiu muito os preços e ainda precisou fazer um ajuste contábil que resultou em um maior prejuízo já presenciado em uma companhia brasileira, de US$ 48,5 bilhões, de janeiro a março de 2020.
Com isso, os preços mais baixos chegaram às bombas de combustível e ocasionaram deflação entre abril e maio.
Petróleo
Porém, pouco mais de um mês depois, o petróleo internacional passa a apresentar uma recuperação dos preços. E em um intervalo de duas semanas, a estatal aumentou em mais de 35% os valores negociados nas refinarias. O estoque agora é alto nos postos e os novos preços podem chegar às bombas entre o fim deste mês e o começo de junho.
Entretanto, esta volatilidade afeta toda a economia brasileira. É o caso dos governos estaduais que dependem das cotações a fim de saber quanto vão arrecadar de royalties e de ICMS. Mas em termos de logística nacional, o cenário se agrava.
A elevação dos preços dos combustíveis gera aumento nos custos logísticos e, consequentemente, resulta em alta nos preços dos produtos, desde os mais básicos. E a pior de todas as probabilidades envolve a volatilidade doa valores, conforme avaliou a JSL, empresa de transportes e logísticas, em entrevista à revista Veja:
“Entende-se que variações de preços nos combustíveis podem fugir ao controle até mesmo das autoridades, mas todos devemos nos preocupar em encontrar uma fórmula que garanta uma mínima previsibilidade, sem as oscilações semanais.”
Setor incomodado com preços dos combustíveis
Os constantes reajustes praticados pela Petrobras incomodam especialmente as grandes empresas de transporte, que com as constantes modificações, não conseguem projetar seus gastos a médio e longo prazo, reforça Thadeu Silva, chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone:
“Uma mudança pode ser interessante para o consumidor de diesel, mas não para a população brasileira em geral, isso porque para cada um que for fazer a equação o resultado será diferente. O preço anda com o mercado internacional, tem que deixar uma regra clara de como se regula esse preço. Todas as companhias aéreas brasileiras e internacionais trabalham oscilando com o mercado internacional, por exemplo.”
Desde 2017, que a política de preços adotada pela estatal brasileira repassa ao preço dos combustíveis nas refinarias a variação entre a cotação internacional do petróleo e do dólar.
Valorização do dólar
A expressiva valorização do dólar em relação ao real em 2020 mostrou um lado prático que reduziu drasticamente os preços dos combustíveis no país, principalmente a gasolina, que diminuiu em torno de 35%. Já o diesel teve queda de 40%. Estes cortes demonstram que a crise que afetou o preço do petróleo internacional extinguiu a elevação do dólar no Brasil. Porém, com os recentes reajustes, a tendência é que esse panorama se inverta.
Vale lembrar que o repasse dos reajustes informados pela Petrobras nos preços das refinarias aos consumidores finais não é de efeito imediato e que depende de algumas questões, entre elas: a revenda, os estoques e a margem de distribuição, e ainda os impostos.
Tanto é que os primeiros quinze dias de maio foi registrado um novo recuo no preço médio da gasolina nos postos, como aponta o levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que conta com 18 mil postos credenciados. Com isso, o litro é vendido em média a R$ 3,985, o menor valor registrado desde agosto de 2017, quando era comercializado a R$ 3,896.
Em relação ao diesel, o cenário também foi de baixa, que encerrou com a média de R$ 3,244, um recuo de 7,34%, em comparação ao fechamento de abril, quando o litro foi vendido a R$ 3,501. O combustível, que é líder de consumo em todo o país, apresentou o seu menor valor médio desde 2017, quando registrou o valor de 3,247, em janeiro daquele ano.
Fonte: Revista Veja
*Foto: Divulgação/Marcelo Camargo/Agência Brasil