Famosas pela sua excelência de produção, as maçãs colhidas no município de São Joaquim, em Santa Catarina são responsáveis por tornarem as ceias de Natal e Ano Novo muito mais apetitosas.
Para 2019, a cidade catarinense deve receber cerca de 5.000 trabalhadores vindos de todo o país para realizar a colheita manualmente.
É preciso paciência e força para subir as diversas escadas e colher as frutas vermelhas do topo de suas macieiras que chegam a atingir quatro metros de altura.
A safra de 2019/2020 da região serrana deve atingir entre 350 mil a 400 mil toneladas, segundo informações do presidente da Associação de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Rogerio Pereira.
Mesmo que a colheita ocorra no primeiro semestre do ano, entre os meses de fevereiro a maio, as maçãs conseguem durar o tempo suficiente para atender a alta demanda das festas de fim de ano.
Especialistas contam que o cultivo de maçã é originário de lugares gélidos, como Cazaquistão e China.
Por isso, o plantio da fruta brasileira se adequa melhor à região da serra catarinense pela sua baixa temperatura.
Seu sabor e crocância se dá à horas de exposição ao clima frio de São Joaquim a uma altitude de 1.100 m.
A cidade se destaca por ter um índice de produção muito respeitado no mercado.
As maçãs colhidas passam por um processo de armazenagem em câmaras refrigeradas, onde o oxigênio é retirado.
Porém, ela continua úmida e respirando o mínimo possível.
O nível de excelência é alcançado quando alcança entre 700 e 900 horas com temperatura abaixo de 7,2ºC.
Essa temperatura faz com que resulte em uma florada adequada pela quebra da “dormência” da gema da fruta.
São Joaquim é próxima a sete pequenos povoados e juntos somam 2.400 fruticultores.
Eles são responsáveis pelo cultivo de 12 mil hectares de pomares das variedades gala e fuji.
Ambas correspondem a 40% e 60% do total, respectivamente.
Os produtores ressaltam a importância do plantio dos dois tipos de maçãs, já que apresentam uma polinização cruzada.
AJUDA DAS COLMEIAS
Por causa da polinização não ser única e não chegar sozinha às flores, cada hectare tem de quatro a seis colmeias, onde podem ser encontradas até 60 mil abelhas.
Para os fruticultores essa ajuda da natureza criou a possibilidade de alugar as colmeias e com isso seus pomares se tornaram ainda mais produtivos.
Em decorrência de problemas ocorridos em safras anteriores, a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) auxilia os produtores locais com o uso de telas, que são eficazes na proteção dos pomares.
Esta medida ajuda em casos de chuva de granizo, por exemplo. Sem as telas, a perda da colheita pode ser total.
Além disso, a Epagri também disponibiliza aos fruticultores um sistema online gratuito onde são avisados em tempo real sobre doenças da macieira.
Chamado de Agroconnect, a tecnologia ainda permite tomar medidas preventivas sobre um controle fitossanitário e que acarreta em uma economia significativa no processo de produção.
*Foto: Reprodução / Free Images – Jarek Zbozien