Sojicultores do Brasil recebem pagamento em troca de ‘serviços ambientais’
Atualmente, os sojicultores do Brasil vêm promovendo a agricultura sustentável e estão sendo pagos por isso. É o que explica os organizadores de uma nova iniciativa que envolve 55 produtores nos estados do Maranhão e Mato Grosso. Ou seja, nas regiões de maior produção do país.
Sojicultores do Brasil
O programa, que recompensa os sojicultores do Brasil por seus “serviços ambientais”, mostra a crescente pressão sobre o agronegócio brasileiro. Isto é, que precisa promover a transição para um modelo que elimine o desflorestamento da sua cadeia, neutralizando sua pegada de carbono no processo.
Portanto, por meio da iniciativa, é criado um incentivo financeiro para a proteção ambiental. Além disso, é uma forma de endereçar uma reclamação comum dos agricultores brasileiros. Neste caso, é a de que não se beneficiam por adotar práticas favoráveis ao meio ambiente.
Apoio
A iniciativa conta com o apoio da unidade de químicos do conglomerado japonês Sumitomo. A empresa é quem faz os pagamentos aos agricultores. Já o apoio da Tropical Forest Alliance (TFA) ocorre pela metodologia de avaliação dos serviços ambientais. Isso inclui o aumento da fixação de carbono no solo, a conservação de água e os cuidados com a biodiversidade nas propriedades.
Técnicas regenerativas
Todavia, os cientistas ressaltam que os agricultores podem empregar técnicas regenerativas para ajudar a fixar o carbono no solo. Há a inclusão do plantio de culturas ou utilização de coberturas de solo durante todo o ano, em conjunto com atividades agroflorestais que combinam pecuária, agricultura e o plantio de árvores.
Redução “teórica” no desmatamento
De acordo com o diretor de marketing da Sumitomo Chemical no Brasil, Marcelo Habe, a iniciativa gerou uma redução “teórica” no desmatamento estimada em 4 mil hectares. E isso com base em dados de um algoritmo. Ele disse ainda que a empresa reservou US$ 55 mil em recompensas a serem a sojicultores elegíveis do Brasil em 2021.
Habe concluiu que os créditos de carbono acumulados pelos produtores brasileiros poderiam ser negociados com a própria Sumitomo. Sendo assim, a empresa recebe ajuda para atingir sua meta de zerar suas emissões líquidas de carbono do prazo, que termina em 2050.
Os agricultores que participam do programa, incluindo alguns clientes da Sumitomo, cultivam soja em uma área estimada de 450 mil hectares no Maranhão e 19 mil hectares em Mato Grosso, afirma a empresa.
*Foto: Divulgação/Adapec