Preço do combustível acumula alta de 21,5% para este ano
O motivo deste acúmulo é a escalada das cotações do petróleo no mercado, que influencia diretamente nos números cobrados pela gasolina e diesel, nas refinarias da Petrobras.
Porém, segundo especialistas da área, o preço elevado para 2019 está sendo contornado com a prática do preço abaixo das cotações internacionais desde março.
Esta medida faz com que o combustível opere com defasagem em relação ao petróleo.
A cotação do petróleo Brent subiu 26,4% este ano e é utilizado como referência internacional para sua comercialização.
Esse ritmo ainda é lento, o que indica que a Petrobras esteja segurando repasses ao mercado interno.
Ela ainda utiliza a medida de paridade de importação, que simula por qual valor já convertido em reais chegaria a gasolina vinda do Golfo do México ao Brasil.
No mercado internacional, o valor da gasolina teve alta de 13% no mês de março, segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Já o combustível da Petrobras subiu 9% no mesmo período por estar operando em defasagem.
MENOR PREÇO
Desde o início de março que estes preços estão abaixo em relação aos praticados pela cotação internacional, com exceção da região Centro-Oeste, onde os custos de logística são maiores.
Na intenção de evitar os erros de anos anteriores sobre preços defasados, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a Petrobras mudou sua política de preços em 2017.
Essa reformulação que permitiu a estatal vender combustíveis com margem de lucro sobre a paridade de importação, o que também permite realizar reajustes diários.
PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS
A nova política adotada pela Petrobras em 2017, gerou um conflito no primeiro semestre 2018 com a paralisação dos caminhoneiros.
A greve durou duas semanas e o maior motivo foi o preço final do diesel nos postos de todo o país.
Para acabar com o protesto, foi prometido pelo governo subsidiar o valor do diesel até o final do ano.
A confusão levou ao pedido de demissão do então presidente da empresa, Pedro Parente, sendo substituído por Ivan Monteiro.
Como primeira iniciativa, Monteiro ajustou a política de preços da gasolina, podendo segurar reajustes por períodos de até 15 dias e ainda usaria outras medidas financeiras para evitar mais prejuízos.
A decisão também foi estendida ao diesel.
PREÇO NOS POSTOS
A alta da gasolina nas refinarias da Petrobras ainda não refletiu no preço final das bombas dos postos em geral.
Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), e especialistas completam que o petróleo se manterá em alta, pressionando o mercado interno.
Integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiram manter até junho acordo que limita a produção e sustenta o acúmulo dos preços.
*Foto: Divulgação