Chuvas impactaram o atraso da soja nos portos brasileiros
Noticiado há alguns dias, as chuvas ainda têm prejudicado bastante a colheita de soja desta safra. Mais uma onda de instabilidade climática no país fez com que os produtores e exportadores mundiais ficassem mais atentos, em relação aos embarques nos portos.
Fortes chuvas prejudicam a soja
As fortes chuvas têm impactado de forma negativa a colheita de soja nos campos. E os navios passam a encalhar nos portos de Santos e Paranaguá. Além disso, a grande demanda pela oleaginosa brasileira corresponde às compras da China, que é a maior importadora, reduzindo assim a preocupação de que o coronavírus causará danos ao comércio.
Situação dos portos
Uma fila enorme de navios está sendo constituída nos portos daqui. Isso pode acarretar em atrasos nos embarques de forma temporária, como afirma o sócio da MD Commodities, de Chicago, Pedro Dejneka, por mensagem de voz ao UOl.
Porém, a safra nacional de soja foi considerada recorde, e agricultores estão ofertando o produto a preços bem mais vantajosos do que seus rivais norte-americanos.
Nas duas últimas semanas, o volume de soja previsto para embarcar nos principais portos dobrou de tamanho, atingindo sete milhões de toneladas, de acordo com informações da agência Williams.
Chuvas x China
Apesar das chuvas, a China confirma a encomenda de aproximadamente 10 carregamentos de soja vinda da América do Sul, conforme relatos de pessoas com conhecimento do assunto. Já os agricultores do Estados Unidos esperam alertas do crescimento da demanda após o acordo comercial fechado entre Washington e Pequim.
As chuvas intensas que afetam os principais portos continuaram durante o último fim de semana. Com isso, embarques serão prejudicados, de acordo com o meteorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira, em entrevista por telefone. As condições só devem melhorar após o dia 13 (quinta-feira).
Sobre isso, Dejneka, da MD Commodities, afirmou, ao se referir à primeira metade de 2020:
“Assim que o clima ficar mais seco, os embarques vão acelerar, com o Brasil exportando grandes volumes.”
Em janeiro, as condições climáticas extremas resultaram em grandes inundações em cidades e causando a seca em algumas áreas produtoras de soja e cana-de-açúcar.
No fim de janeiro, o governo de Minas Gerais anunciou que 55 pessoas foram a óbito em dois dias de inundações e deslizamentos de terra, deixando 30 mil desabrigados.
O grande volume de chuvas na capital Belo Horizonte foi considerado o mais alto para o mês de janeiro em 110 anos, conforme afirmação da Somar Meteorologia. No Espírito Santo e no norte do Rio de Janeiro também houve registro de inundações.
Em contrapartida, a seca possivelmente pode ter gerado perdas em algumas regiões de cultivo de soja, cana e pecuária.
Fonte: UOL
*Foto: Reprodução