O início da nova colheita de soja realizada por produtores de todo país foi iniciada na primeira quinzena de setembro e pode bater novo recorde, com bons retornos e resultados satisfatórios para o Brasil. A expectativa do setor é que para esta safra 2019/2020 a área de cultivo seja ampliada e que o lucro das lavouras também aumente.
Com isso, a colheita pode ser farta e superar o ciclo anterior de 2018/2019 e se aproximar do recorde da temporada 2017/2018. Caso a estimativa se concretize, haverá abertura para recuperação das exportações do grão capaz de ultrapassar as margens de lucro num panorama custos mais elevados.
Produção brasileira de soja
De acordo com perspectivas, os estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul devem permanecer na liderança como os produtores de soja do país, além de aumentar sua área semeada.
As informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato), no Estado, disseram à época do início de plantio, em 15 de setembro, que o avanço seria de 0,6% para 9,8 milhões de hectares. Já no Paraná, a ampliação deve girar em torno de 1%, para 5,5 milhões de hectares, conforme revelou o Departamento de Economia Rural (deral), da Secretaria da Agricultura. Ao passo que no Rio Grande do Sul, a elevação deve atingir 2%, para 6 milhões de hectares, segundo dados da Emater/RS.
Colheita da soja
Os três estados apresentam médias elevadas de produtividade do grão. No Mato Grosso, o Imea prevê uma alta de 0,4%, para 52,56 sacas de 60 quilos por hectares. No Paraná, pelas intempéries deste ano, o Deral estima um forte crescimento de 21%, para 49,8 sacas por hectares. E no Rio Grande do Sul, a Emater/RJ projeta uma expansão de 4,3%, para 55,3 sacas por hectares.
Portanto, as três entidades estimam que a safra 2019/2020 de soja tenha uma colheita de 32,8 milhões de toneladas em Mato Grosso, ou seja, 1% a mais que o ciclo passado e superior ao recorde de 2017/2018 (32,6 milhões); de 19,8 milhões de toneladas no Paraná, 22% acima da temporada passada; e de 19,7 milhões no Rio Grande do Sul, com desenvolvimento de 6,8%.
Outros produtores brasileiros
Caso seja confirmada tais estimativas sobre os três estados, o volume adicional de todos eles pode chegar a 5 milhões de toneladas. E essa somatória independe de outros estados, como Goiás e o “Matopiba” (união em Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que estará praticamente acertada esta expansão da colheita de soja brasileira em relação à safra passada, que totalizou 115 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com isso, um novo recorde pode ser batido para temporada de 2019/2020 e ultrapassar o ciclo de 2017/18, com produção de 119,3 milhões de toneladas.
Conab
A Conab divulgou em agosto que espera uma alta da área de plantio de soja no Brasil de 1,7%, com produtividade média de 2,3 sacas por hectare e de colheita de 7 milhões de toneladas a mais que no último ciclo, ou seja um recorde de 122 milhões de toneladas.
Estratégias
No entanto, os produtores de soja e exportadores não vivem só do volume gerado pelo grão. Na bolsa de valores de Chicago, o produto teve baixa cotação, pois a demanda chinesa está mais restrita. Além disso, analistas chamam a atenção de que é preciso aproveitar os picos de alta do dólar e de prêmios nos portos para obter margens largas, já que os valores estão mais altos.
Os preços dos principais fertilizantes derivados do fosfato e do potássio, utilizados em lavouras de soja, atingiram neste ano os maiores custos em nove anos, com aumentos em relação ao ano passado, que chegou a 30%, em alguns casos. Os cálculos são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Cepea/Esalq/USP.
Fonte: site Biodiesel BR
*Foto: Divulgação