Combustível verde tem estimativa de entrar em funcionamento em 2025 e custe R$2 bilhões para ficar pronta, afirmam empresas responsáveis pela iniciativa
O Amazonas será sede da produção e distribuição de combustível sustentável para aviação. Isso porque a parceria entre as empresas Brasil BioFuels e Vibra Energia poderá resultar na comercialização da matéria enérgica que é feita a partir do óleo de palma.
Combustível verde no Amazonas
Além disso, o combustível verde será obtido por meio de uma biorrefinaria que será instalada na Zona Franca de Manaus, e que contará com os incentivos fiscais do Polo.
De acordo com o deputado federal Zé Ricardo (PT), as empresas nacionais e internacionais são as responsáveis por produzir a matéria sustentável a partir de produtos colhidos na região. Tal iniciativa visa ainda a contribuição para o desenvolvimento econômico da região.
“Isso significa a possibilidade efetiva de trabalharmos um setor da economia, da bioeconomia, que segundo pesquisas, demonstram o potencial que temos no Amazonas de possuir indústrias, que não geram impacto ambiental e utilizem matérias primas regionais e geram consequentemente renda, emprego e oportunidades para a população do Estado.”
Incentivos fiscais
Por outro lado, ele também destaca a importância do uso de incentivos fiscais. Isso porque revela a possibilidade do Estado de diversificar segmentos produtivos:
“Creio que isso pode ser o início de um processo, mas que precisa ter o envolvimento com as entidades de pesquisa do Estado. Precisamos fortalecer para não ficarmos dependentes da produção tradicional de eletrônicos e de duas rodas que deve ser preservado e defendido, principalmente devido aos ataques do atual governo (federal) ao modelo.”
Gestão presidencial
Neste caso, o ataque ao qual o parlamentar se refere diz respeito à ‘quebra de promessa’ por parte do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da economia Paulo Guedes de isentar produtos da Zona Franca de Manaus do decreto de redução de 25% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Estimativa
Contudo, as empresas responsáveis pela iniciativa estimam que a planta verde esteja em funcionamento em 2025 e custe R$2 bilhões para ficar pronta. Segundo o deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade), a produção da matéria enérgica gera a possibilidade de desenvolvimento para o Estado.
“A gasolina convertida de minerais é uma ótima alternativa para o transporte em geral como também para as localidades onde ela for produzida. Caso possamos produzi-la na área da Zona Franca de Manaus será ótimo para o Amazonas.”
Investimento
Recentemente, as distribuidoras anunciaram que farão um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões, na construção da biorrefinaria, instalada na Zona Franca de Manaus. No local, serão produzidos o HVO e o SAF. Tais produções são soluções que misturadas ao combustível de origem fóssil, substituem de modo integral e imediato, o diesel e o querosene de aviação, sem necessidade de adaptações.
Em nota, a empresa Vibra Energia informou:
“O principal objetivo desta união é potencializar a descarbonização da economia e, ainda, promover o desenvolvimento da Região Amazônica, em linha com as diretrizes estratégicas da Vibra e da BBF, de focar em negócios voltados à transição rumo a fontes energéticas mais limpas e renováveis.”
Por fim, Milton Steagall, presidente da BBF, disse que a produtora de óleo de palma decidiu investir em adaptações em seu projeto para conseguir refinar também o SAF. E que este investimento total na refinaria é de quase R$2 bilhões.
“Consultamos as tecnologias disponíveis hoje no mundo (para a produção de SAF) e faremos um investimento para a implantação. Poderemos fazer SAF, biodiesel verde ou ambos. O processo será verticalizado, o combustível será produzido principalmente com o óleo de palma que já produzimos, o que diminui riscos.”
*Foto: Unsplash