Fábrica de hidrogênio verde poderá se tornar principal porta de entrada da economia de Pernambuco
Conhecido como H2V, o hidrogênio verde já é considerado o combustível do futuro. E agora passará a ser produzido no estado do Pernambuco pela empresa Qair, por meio da dessalinização da água do mar. Para viabilizar a produção será necessário um investimento de R$ 22,5 bilhões, com geração de 2,9 mil empregos.
Já em Minas Gerais, a Cemig busca investidores para produção de hidrogênio verde.
Fábrica de hidrogênio verde
Além disso, a fábrica de hidrogênio verde será a principal porta de entrada da economia de Pernambuco. No caso, o Complexo Industrial Portuário de Suape vai contar com uma mega planta industrial produtora de H2V. Já o equipamento terá capacidade de eletrólise de 1 GW (gigawatt) e ocupará uma área de 72,5963 hectares. Serão gerados aproximadamente 2,9 mil empregos com a instalação do empreendimento em Suape.
Arrendamento
Vale destacar que o arrendamento da futura fábrica será realizado por 25 anos, podendo ser prorrogado pelo mesmo período de tempo. Contudo, a empresa francesa Qair foi a única que se habilitou a explorar o projeto. O grupo é conhecido mundialmente pelo desenvolvimento de projetos de energia limpa.
De acordo cm Geraldo Julio, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco:
“O hidrogênio verde é uma tendência mundial, com enorme potencial de investimentos para o País. Trazer para Suape esse tipo de empreendimento significa abrir um leque repleto de oportunidades para fomentar a cadeia produtiva, novos empregos e garantir a sustentabilidade do meio ambiente.”
Combustível do futuro
A fábrica será instalada em uma área próxima ao Estaleiro Vard Promar, e o hidrogênio verde será produzido a partir da dessalinização da água do mar.
Alto potencial
O hidrogênio verde possui um alto potencial para gerar energia sem a emissão de gás carbônico. Ele poder ser obtido a partir da usina de eletrólise, que separa o oxigênio e o hidrogênio da água. O recurso é chamado de verde por conta da unidade em que é produzida a partir de fontes de energia 100% renováveis. Além disso, o H2V é um insumo muito utilizado para indústrias, especialmente no continente europeu, e já existe até como combustível para veículos. Também é usado para produzir amônia, um dos principais fertilizantes para o agronegócio, do qual o Brasil é um importante produtor mundial.
Planta
A planta a ser construída no Estado vai dispor dos processos combinados de eletrólise, bombeamento e liquefação, o que permite o envio do produto para longas distâncias, além da reforma de gás natural.
Chamada pública
O processo será feito por meio de chamamento público, e abrange duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul, a partir da reforma de vapor metano como insumo para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.
TechHub no Porto
Em agosto deste ano, Suape lançou um TechHub para produção, transporte, armazenamento e gestão de hidrogênio verde (H2V) no complexo. A iniciativa é desenvolvida em parceria com a CTG Brasil, Departamento Nacional do Senai, Senai Pernambuco e o Governo do Estado. A ideia é tornar o Porto um espaço de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no novo combustível.
Segundo explicação do Carlos Cavalcanti, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da estatal portuária:
“Com o lançamento do Tech Hub, demos um passo importantíssimo para transformar o complexo em um laboratório vivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no combustível sustentável. E, agora, com esse chamamento público, o complexo estará na vanguarda da produção de energia limpa, atraindo players nacionais e internacionais.”
Área da implantação
A área destinada à implantação do empreendimento de pesquisas na área portuária e os investimentos previstos são no valor de RF$ 45 milhões.
Sudene
Além do Hidrogênio Verde em Pernambuco, a Sudene apresentou o Nordeste como um local com potencial para receber empreendimentos para essa produção. A Sudene mostrou a região durante a Hydrogen Dialogue Latin America: Brazil Edition, em São Paulo.
Para o general Araújo Lima, superintendente da Sudene, essa é uma fonte de energia limpa que poderá ter forte contribuição da região.
“A agenda do hidrogênio verde representa para o Nordeste uma fonte inesgotável de potencialidades. Temos um potencial enorme de vento e sol, contínuos, além da proximidade com os principais centros mundiais consumidores desta energia. Por isso, buscamos posicionar a região em relação ao hidrogênio verde nos cenários brasileiro e internacional, como produtor e exportador.”
Mercados
Por fim, o potencial do hidrogênio verde tem chamado atenção de mercados e investidores. Conforme levantamento feito pela consultoria McKinsey, o setor deve criar oportunidades de investimento de até US$ 200 bilhões nos próximos 20 anos no Brasil. Países como a Alemanha já elegeram o H2V como aposta para a descarbonização da economia.
*Foto: Reprodução