Pegada de carbono integra plano do BNDES para criação de uma nova linha de financiamento à produtoras de etanol
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está preparando uma nova linha de financiamento com taxas vinculadas à melhora da “pegada de carbono” das usinas produtoras de etanol. Iniciativa pode ser lançada até o fim deste ano, meio à crise que prejudica as usinas do setor de cana-de-açúcar.
A afirmação foi feita na quarta-feira (28) pelo chefe do Departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do banco, Mauro Mattoso, durante uma apresentação em evento virtual da consultoria Datagro.
Taxa influenciada pela pegada de carbono
De acordo com Mattoso, o banco de fomento deve financiar produtores com o intuito de melhorar a nota de eficiência-ambiental das usinas credenciadas no programa RenovaBio, que passou a valer neste ano.
Sendo assim, a instituição financeira está considerando oferecer um custo inicial vinculado à TLP, à Selic ou a um custo fixo, puxado pela pegada do carbono.
Contratação de recursos da linha
Portanto, no ato da contratação de recursos da linha, o BNDES deverá estipular metas para a evolução da nota. E, se esta meta for atingida, o produtor terá um desconto na taxa de juros. Em contrapartida, a usina que sair do RenovaBio ao renovar sua certificação para o programa deverá ser punida com um aumento de custos. A certificação é feita obrigatoriamente a cada três anos em média,
Todavia, Mattoso ainda disse que o banco de fomento não deverá realizar uma avaliação dos projetos da usina para a melhoria de sua nota. Desse jeito, a usina poderá usar o recurso, inclusive, para a produção de matéria-prima se isso de fato influenciar na melhoria de sua nota de eficiência.
Por fim, a nova linha de financiamento do BNDES deverá ser acessada por unidade produtora. Além disso, terá um limite por planta e por grupo econômico controlador. Já o desembolso deverá acontecer de uma vez, logo na entrada.
*Foto: Reprodução/Getty Images