Venda de soja foi considerada lenta mês passado, de acordo com dados da Consultora DATAGRO
A venda de soja, que chegou a bater recorde de comercialização em junho, encerrou o mês com lentidão. Os dados são da Consultora DATAGRO. No entanto, a comercialização da oleaginosa segue recorde e ainda ultrapassa a última safra (74,4%) e da média histórica (76,3%).
Na safra 2019/20 da soja, os produtores atingiram 91,2% da produção até 3 de julho, o que resultou em 111,29 milhões de toneladas. Isso gerou um avanço de pouco mais de três pontos percentuais contra o último relatório. Sendo assim, ele ficou abaixo do padrão esperado para o período de aproximadamente sete pontos.
Ritmo atual da venda de soja
A negociação atual da safra também reduziu o ritmo ante o último levantamento (33,1%), mas com avanço de quase três pontos percentuais. Todavia, o comprometimento de 36,2% da temporada 2020/21 nesta época do ano é considerado recorde, e que ainda está acima dos 18,2% de 2019, e bastante superior à média de cinco anos de 13,9%.
Dados da DATAGRO
Em um cálculo da DATAGRO que projeta a produção da soja em 128,90 milhões de toneladas, o volume vendido até o momento é de 46,63 milhões de toneladas. Sobre isso, Flávio Roberto de França Junior, coordenador da DATAGRO Grãos, explica:
“A limitação de volume veio inicialmente pelo adiantado estágio das vendas na temporada. Além disso, foi confirmada nossa projeção de comportamento mais conservador aos preços internos na maior parte do mês, inibindo os negócios em grande parte do período. Mas com a recuperação da última semana, refletindo puxada na taxa de câmbio, boa recuperação das cotações na CBOT e relativa firmeza nos prêmios de exportação, alguns negócios acabaram ocorrendo, já que o interesse de compra segue firme.”
Venda do milho no Brasil
Já em relação ao milho, sua venda de verão da safra 2019/20 no Centro-Sul do Brasil também apresentou lentidão em junho. Porém, o avanço foi de cinco pontos percentuais contra o último levantamento (77%), em que o padrão para o período é de doze pontos. Na ocasião, o comprometimento alcançou 82% da produção até o dia 3 de julho, ou seja, ultrapassou os 70% de 2019 e da média de 71,6%, afirma França:
“Como no geral os preços caíram em relação ao mês anterior, os negócios foram acontecendo de forma espalhada e regionalizada, nos momentos de eventuais elevações locais dos preços.”
Sobre o comprometimento da safra de inverno 2020 na mesma região do país, o avanço seguiu para 65%, ante 61% no mês anterior, embora tenha seguido o ritmo mais lento de comercialização da 1ª safra, de acordo com levantamento da DATAGRO.
Vale lembrar que o mês de julho foi aberto com cotações do milho em alta em diversos estados.
Em contrapartida, os negócios ainda acompanharam recuo de preços durante parte do mês de junho e preocupações em torno do clima do cinturão do produtor.
Mesmo assim, a venda do produto está mais avançada do que a média dos últimos cinco anos de 59% e no ano anterior marcava 60%. Porém, segue abaixo do fluxo recorde de 2016, com 68%.
*Foto: Divulgação