A agroecologia na pandemia vem proporcionando circuitos de produção e consumo de alimentos livres de agrotóxicos
O projeto Alimentação e Solidariedade na Rede de Agroecologia, da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem reduzido o impacto da pandemia da Covid-19 na sociedade. O projeto, realizado por professores e alunos da universidade, busca expandir e fortalecer os circuitos de produção e consumo de alimentos agroecológicos existentes nos seis diferentes campi da UFF (Niterói, Macaé, Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua, Rio das Ostras e Campos dos Goytacazes). Além disso, ele conta com o apoio do Edital de Projetos de Pesquisa, Ensino e Extensão voltados para o enfrentamento da pandemia, do governo federal, com execução por meio de arranjos locais nessas seis diferentes unidades da UFF.
Agroecologia na pandemia
A difusão da agroecologia na pandemia por meio do projeto da UFF tem a coordenação da professora Ana Maria Motta Ribeiro, do Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito (PPGSD/UFF). Ela afirma que esse é um projeto de pesquisa e extensão. Portanto, ele levanta dados em alguns setores da produção agrícola orgânica ou agroecológica no estado do Rio de Janeiro. Eles estão localizados no entorno de alguns campi da UFF.
“Cada unidade dessas tem um grupo de professores com projeto de extensão e pesquisa sobre a organização do segmento dos trabalhadores rurais que produzem na base familiar, com qualidade, sem veneno, diferentemente das oligarquias do país. São populações mais vulneráveis.”
Professores e alunos unidos num mesmo propósito
Contudo, graças ao empenho de professores e alunos das seis unidades da UFF, foi desenvolvida a Rede de Agroecologia na pandemia. Sendo assim, o projeto consegue ser viabilizado em diferentes regiões fluminenses.
O “Alimentação e Solidariedade” está também articulado a um mapeamento colaborativo de âmbito nacional, que é a Ação Coletiva Comida de Verdade. A iniciativa é desenvolvida por organizações da sociedade civil vinculadas à agroecologia. O objetivo é acompanhar as estratégias e respostas que estão sendo organizadas para lidar com o contexto da pandemia.
Cadastro de trabalhadores rurais
O projeto busca levantar e cadastrar esses trabalhadores rurais e suas produções, que também inclui hortas circulares. É o caso de Niterói, onde alunos e professores da UFF buscaram conhecer os armazéns de distribuição e circulação dos produtos agroecológicos que pertencem aos movimentos organizados do campo. Sobre isso, Ana Maria explica:
“Agora, a gente está mapeando e desenhando o fluxo dessa distribuição. Isso ajuda no sentido que a gente pode dar suporte a esse segmento de trabalhadores rurais que produzem sem veneno e ajudarmos a construir formas de distribuição que facilitem a chegada dos produtos ao consumidor, que a gente chama de “alimentos de verdade”. Essa é a ideia geral do projeto.”
Distribuição
O projeto de agroecologia na pandemia, desenvolvido pela UFF, ainda mapeia os trabalhadores rurais familiares organizados. Isso engloba como eles desenvolvem e conseguem fazer a distribuição dos alimentos durante esse período delicado. Ou seja, como os alimentos cultivados em meios de sustentabilidade têm chegado ao Rio de Janeiro a partir desses grupos.
A ideia é preparar esse material e oferecer depois aos agricultores familiares para que tenha utilidade na distribuição da produção agroecológica.
Atividade acadêmica
Em razão de o projeto fazer parte da atividade acadêmica dos alunos, a organização solicitou ao governo federal a extensão da Rede de Agroecologia por mais três meses. Com isso, o prazo muda para o mês de março, para melhor desenvolvimento do mapeamento com qualidade para as famílias de agricultores. Já o edital concede bolsas de estudo para apenas três alunos.
Coletivos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da UFF
Por fim, o projeto articula os núcleos e coletivos de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da UFF com movimentos e organizações da agricultura familiar. A ideia é fortalecer estas iniciativas de comercialização e abastecimento desses alimentos. Isso envolve: feiras, programas de venda de cestas, armazéns e lojas, assim como ações organizadas em parceria com grupos de consumo.
*Foto: Divulgação