Questão da Amazônia é altamente preocupante em razão do aumento do número de incêndios florestais aliado ao crescente desmatamento
Há anos que a Amazônia, situado ao norte do Brasil, estampa as principais manchetes dos jornais, tanto nacionais como internacionais. Atualmente, ela tem ficado cada vez mais em evidência em relação ao aumento do número de incêndios florestais aliado ao crescente desmatamento.
Além da crise ambiental, a região também provoca preocupação em relação ao impacto social e ainda em meio à pandemia da Covid-19. Por estes fatores é que surge o assunto: qual o papel das empresas diante de tudo isso? As companhias teriam o poder de salvar a floresta amazônica. E a resposta é bem simples: sim, elas têm são capazes deste grande feito.
Para exemplificar estas ações, podemos mencionar o caso da empresa Natura. Desde 1998, que a companhia desempenha uma atuação ativa nesta região do país. Isso porque para produzir sua linha Ekos, é preciso insumos da sociobiodiversidade. Sendo assim, a Natura se uniu a uma rede de organizações parceiras (cooperativas de produtores e ONGs nacionais e estrangeiras). Desta união foi possível estruturar uma cadeia de suprimento para insumos amazônicos.
Entre os produtos nascidos desta fusão, estão: a andiroba, babaçu, ucuúba, castanha do Pará, entre outros. Eles chegam à empresa que os transforma em cremes, desodorantes e sabonetes.
Entretanto, como é possível identificar se esta cadeia sustentável afeta ou não a conservação florestal?
Questão da Amazônia por meio de dados florestais
Segundo um artigo publicado pela revista EXAME no início deste mês, foram utilizados dados de satélite sobre o nível de conservação florestal dos municípios de lá durante quase 20 anos (dados do IMPE). A partir desses indicativos, foi aplicada a metodologia de diferenças-em-diferenças. Ao comparar a entrada da Natura em cidades amazonenses com locais onde ela não entrou, mas que poderia ter entrado é possível ver o impacto que a empresa gerou na conservação da floresta.
Sendo assim, como a tendência de desmatamento antes da entrada era similar em ambos os grupos (com e sem Natura) qualquer alteração na conservação florestal após a entrada da empresa é atribuída à ação dela e de sua rede parceiros.
Resultados
Pela verificação, os resultados revelam que a Natura e parceiros colaboraram para a preservação total de 1,8 milhão de hectares (cerca de 1,7 milhão campos de futebol) no decorrer dos 20 anos avaliados.
Além disso, em termos de sequestro de carbono, os índices mostram que a rede Natura e parceiros sequestraram um total de 145 bilhões de toneladas de carbono. Em suma, esse carbono deixou de ser dispersado na atmosfera ao longo destes 20 anos.
Outras empresas podem contribuir
Em maio de 2019, empresas se uniram ao movimento Amazônia Legal, com o propósito de um desenvolvimento mais sustentável.
Ainda no mesmo ano, foi lançada uma websérie que aborda soluções sustentáveis às comunidades amazônicas. Chamada “Floresta Iluminada – energia limpa para os povos da Amazônia”, ela também chamava a atenção para outra questão na região: a falta de energia solar.
Portanto, ficou evidente que estes dados revelam que outras organizações com fins lucrativos podem contribuir para a questão da Amazônia de forma positiva. Mas como?
Por meio de uma liderança sólida, com engajamento junto a parceiros e stakeholders. Além de ter um compromisso de fato com esta causa tão importante e preocupante. As empresas podem alinhar incentivos econômicos à preservação ambiental. Isso tudo gera valor à companhia, à sociedade e, principalmente, ao planeta.
*Foto: Divulgação/Ibama